Na sequência do que aqui publiquei há uns dias em Guerras de Divisas, chamo agora a atenção para uma entrevista interessantíssima de James Dines no Expresso on-line. Deixo aqui alguns excertos para aguçar a curiosidade.
"Os Estados Unidos têm cortado as ligações entre o seu papel-moeda e o ouro há mais de um século, como referi em "Goldbug". Têm-no feito passo a passo, com o resultado de que hoje todas as divisas flutuam sem qualquer ligação a qualquer valor tangível. Deste modo, flutuam em função do montante de papel que cada país imprime."
"É pouco provável que os países parem de dar à manivela da impressora, ou que o façam exatamente ao mesmo tempo e ao mesmo ritmo. Como todas flutuam umas contra as outras, a instabilidade arrisca um crash histórico algures no futuro."
"Acabamos por ficar maravilhados com o facto de que o Japão imprime ienes para comprar dólares sem se aperceber que é um castelo de cartas ilusório e vulnerável a uma ventania."
"Foi a Conferência de Génova em 1922 que decidiu duplicar a oferta de moeda de modo a poder pagar-se o custo da 1ª Guerra Mundial, como refiro na minha obra "Goldbugs". Foi esse mar de papel que desencadeou os designados "estrondosos anos 20". A inevitável deflação imediatamente a seguir a 1929 foi normal e natural - eliminando os excessos de papel impresso."
"Nem toda a gente percebe que a palavra inflação quer dizer aumento da oferta de moeda, e não é sinónimo de preços mais altos. As dores da deflação já estão a ser sentidas nos EUA, especialmente nos salários e na ausência de criação de emprego, mas também se sente à escala mundial. A hiperimpressão de dólares está a fazer o seu caminho para as commodities e esse aumento de preços está desencadeando violência a revoluções numa série de países pelo mundo fora."
"Se as coisas não mudarem, o mundo está a ir direitinho para o que chamo de "segunda grande depressão", onde a ânsia de ganhos financeiros será extirpada e substituída pela sobrevivência do capital."
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