quinta-feira, 10 de maio de 2007

Crónica falta de tempo

Alguém quer fazer o favor de me explicar onde pára o célebre aforismo: “Há tempo para tudo?” Cada vez me convenço mais de que não passa de uma ardilosa patranha para por os miúdos a estudar na ilusão de que vão ter tempo para ir jogar à bola. Mais uma, à semelhança do Pai Natal ou da Fada dos Dentes.

Somos “obrigados” a arranjar tempo para o que não queremos. Para fazer o chato do trabalho de Inglês, para aturarmos a tia-avó babosa no casamento do primo do cunhado do tia…

Contudo, não arranjamos tempo para estar com o amigo que não vemos à meses, ou para falar com a amiga que tem andado com problemas, ou para ir beber café com aquele pessoal que vemos esporadicamente.

Não arranjamos tempo para olhar as estrelas, para contemplar o horizonte, para nos estendermos ao sol, para lermos, para irmos ao cinema…

Não, não me venham com artimanhas, não temos tempo para tudo. Mais, não temos tempo para o que queremos… Isto soa-me à desmistificação da vida adulta aos olhos de uma criança que começa a crescer…

Eh, talvez seja isso mesmo.

Triste não?

1 comentário:

  1. Fase lixada, a da adolescência. E os adultos que se calem: acaso sabem o que é ser adolescente nos dias de hoje? Ah pois.

    É, talvez seja isso. O crescimento, a maturidade (?), a percepção do meio. Talvez seja simplesmente esta a organização deste Mundo desorganizado. Ou talvez seja só uma daquelas épocas do enterro de que o Pedrinho me fala. Ou, ou, ou...

    Somos felizes. Apesar do que descreves, somos muito felizes. Porque o tempo de (des)encantamos é dispendido com mais intensidade.

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