quinta-feira, 1 de julho de 2010

Quer-se um bom artigo e não há...

Estando em época de exames por estes dias, o tempo para acompanhar devidamente a actualidade não tem sido de sobeja. Ora hoje de manhã pensei que era bom dia para tentar perceber como é que da situação grega a coisa tinha escalado para zunzuns de que vinha aí o fim do Euro. Ora isto quem quer aprender alguma coisa nestes dias bem que tem de pedalar. Não procurava um artigo de fundo, apenas alguns highlights, por isso esquadrinhei a imprensa nacional on-line.

Bem que me esforcei para nada! Há futebol, há Verão e a politiquice mesquinha do costume; pouco mais. Encontra-se alguns comentários pela blogosfera (como este n'O Cachimbo), mas nada que me satisfizesse. Lá capitulei e abri a página daquela publicação que ainda não me falhou nestes assuntos: The Economist. Aos interessados aqui fica a nota de um conjunto de artigos de opinião interessantíssimos quanto ao futuro da moeda única. Destacava as regras propostas pelo Hans-Werner Sinn, particularmente a ideia de ligar os limites do deficit do Pacto de Estabilidade aos pontos de endividamento sobre GDP.

Obviamente que não podia esperar este nível de insight (desculpem mas só me sai o inglês hoje) da imprensa generalista. Não deixa de ser aberrante, todavia, que os verdadeiros problemas com que o país está confrontado de momento não encontrem eco no meio jornalístico. E façam-me um favor, deixem lá a histeria da saga PT/Telefónica/Vivo que já não há pachorra. Mas ainda espanta alguém que um alienado com problemas de identidade e tendências megalómanas continue a tomar decisões néscias apenas para salvar a face? (É ateu, é ateu, mas ainda acredita em milagres). Deixem lá meus caros, a coisa resolve-se na mesma. Dêem uns dias aos Tribunais Europeus e lá se vai o brilho da golden share. Eu percebo a perplexidade, a revolta e indignação que por aí vai à conta do assunto. Como alguém muito bem notou n'O Cachimbo noutros tempos já o Governo já tinha caído do poleiro. Ele hoje também cai, mas procrastina-se em olvido a chafurdar na lama. Eu, por mim, vou tentando não ir muito para o meio do lodaçal que me agonia o cheiro.


Imagem: cortesia de iStockphoto

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