Cenário pensativo d'ilusão
Contemplava absorto do real,
Enredado em dédalo de paixão.
Ilusão minha, quente.
Não tua! De mármore esculpida.
O café quente, fervente
Na mesa de frio metal
Fumegando espirais de vida.
E a ilusão de vapor ardente
Esvaecendo-se em atmosfera glacial
Etérea e de artifícios despida.
Caem as folhas merescentes,
Alvorada fria d'invernia.
Vão-se as ilusões inocentes,
Rodopiando em graciosa ironia.
Vento gélido!
Chapéu que abana, casaco que ufana,
Horizonte qu'enovoa, bota qu'escorrega na lama.
Folha de ilusão caída que voa.
Rodopiando o fumo do café,
As folhas p'lo ar, a minha mente,
O meu chão, o anélito até
Qu'entrecortado m'atraiçoa o coração.
Tu não! Finamente esculpida!
Mármore d'indiferença! Sentida em vão
A minha terna bem-querença.
Tu não!
De ti leva o vento os cabelos,
De mim leva as ilusões
De nós.
--------o-------
Arrepio.
Não o vento.
Tu que passas.
Sem comentários:
Enviar um comentário
O autor deste blog arroga-se o direito de eliminar quaisquer comentários de conteúdo insultuoso.